terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cimeira de Copenhaga – “Os Verdes” defendem que o clima deve assumir preocupação central.


Inicia-se hoje, em Copenhaga, a cimeira das Nações Unidas sobre o Clima. Apesar das muitas expectativas criadas em torno da mesma, mormente o falhanço que representou o cumprimento de Quioto pela parte de muitos Estados, como é, infelizmente, o caso de Portugal, que foram arrastando a sua inacção, negligentemente adiando o cumprimento dos compromissos assumidos ou mesmo a tomada de medidas para fazer regredir a mudança climática cada vez mais evidente. Já todos percebemos que Copenhaga não será o marco que o mundo necessita, não será o firmar de um novo acordo à escala global sobre o Clima para o período Pós-Quioto, mas sim mais uma etapa para queimar e voltar a adiar as medidas que se impõem com urgência.

Esta tem sido uma grande preocupação sempre presente na agenda do PEV que tem sido uma voz permanente denunciando que, se Portugal está hoje mais longe de conseguir reduzir os níveis de poluição para valores semelhantes aos de 1990, incluindo um acréscimo de 27 %, isso deve-se a uma grande falta de vontade política e a uma concepção do desenvolvimento insustentável e irracional do País que não tem perspectivado o futuro e muito menos o bem estar das populações.

Hoje pressente-se que a Cimeira de Copenhaga será uma frustração. Os grandes Países desenvolvidos não conseguiram dar o salto e encarar o problema do Dióxido de Carbono, dos Combustíveis Fósseis, em particular do Petróleo, e do Clima como uma questão de sobrevivência e de futuro. Será mais o assumir de tímidos passos e de quase inócuos compromissos. Convêm lembrar que um novo compromisso político juridicamente não vinculativo foi o que saiu da Conferência de Bali, há dois anos atrás! Sair da Cimeira de Copenhaga com novo compromisso político e nenhum Tratado Internacional é assumir que estes últimos dois anos foram tempo perdido, tempo precioso que não podemos dar ao luxo de perder…

“Os Verdes”, com base nas preocupações, alertas e dados da comunidade científica sobre o que é fundamental e inadiável fazer, que um compromisso lógico, realista e eficaz exigiria a redução, até 2020, em 40% dos Gases com Efeito de Estufa na Atmosfera, com base nos valores de referência de 1990 e em 80% até 2050. Só assim, e segundo os peritos do clima, se conseguirá evitar que a temperatura média do Planeta suba mais de 2ºC.

Ora pelo que já vimos que está em cima da mesa, teremos mais do mesmo, muitas boas intenções, pequenos passos e grandes discursos.
Portugal nestes anos e com diferentes Governos conseguiu não dar prioridade a esta questão e mesmo inverter a sua lógica. Se as subidas do preço do petróleo e o desmantelar do sector produtivo e industrial do País fizeram mais pela redução da nossa contribuição climática do que qualquer outra medida que algum Governo tenha implementado, elas não conseguiram definitivamente levar Portugal assumir só o aumento de 27 % de Gases com Efeito de Estufa, com referência a 1990, como contribuíram antes para uma maior dependência do nosso País do exterior.

O desmantelamento dos transportes públicos, o aumento abissal dos seus preços e a sua degradação, o aumento do recurso ao automóvel, muitas vezes por falta de alternativas, a desactivação de linhas ferroviárias, o aumento da importação de mercadorias e bens de consumo devido à destruição do aparelho produtivo nacional, foram opções políticas assumidas por sucessivos governos de Portugal que contribuíram para que neste momento estejamos muito longe de cumprir o Protocolo de Quioto sem ser pela via das penalizações através da compra de licenças de emissões ou com investimento em Países terceiros.

O Partido Ecologista “Os Verdes” irá associar-se, no próximo dia 12 de Dezembro, ao movimento internacional e a milhares de organizações, movimentos e partidos ecologistas, para protestar contra a falta de medidas e a urgência de se encarar as alterações climáticas como provavelmente o maior problema do Século e para que se chegue a um acordo duradoiro e realista nesta Cimeira de Copenhaga.


O Gabinete de Impressa de “Os Verdes”
Lisboa, 7 de Dezembro de 2009

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