terça-feira, 20 de julho de 2010

Candidatura da Arrábida a Património Mundial


Artigo de opinião da Deputada do PEV, Heloísa Apolónia, no Jornal Margem Sul - 19 de Julho de 2010
O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) apresentou na Assembleia da República um projecto que visa que o Parlamento português saúde e manifeste o seu expresso apoio à candidatura da Arrábida a património mundial.
Esta candidatura está a ser preparada pela Associação de Municípios da Região de Setúbal e, segundo o que todas as entidades nos têm referido, tem sido muito bem conduzida por esta Associação. Estão a ser envolvidas inúmeras organizações e instituições de toda a região que desejam contribuir para o engrandecimento deste património e para tudo o que de bom ele pode trazer.
Esta é uma candidatura única ao nível nacional, porque se trata da primeira apresentação à UNESCO de uma candidatura mista, isto é, que agrega uma componente natural muito valiosa, com uma componente histórica, cultural e tradicional que a enriquece e completa, numa dimensão global que entrelaça os valores da natureza com a presença humana que se quer harmoniosa.
Com efeito, a Arrábida é um sítio natural de valor profundamente reconhecido, reforçado nos seus conteúdos pelos contrastes que nos oferece, entre o mar e a terra, a serra, os vales e as magníficas praias, a natureza e as obras construídas, a influência mediterrânica e atlântica, constituindo um relevo natural que divide litoral e interior. Tudo isso se reflete na sua fauna e no seu coberto vegetal, fixado em fenómenos geológicos de profunda relevância, até científica.
Constituindo a própria Arrábida uma paisagem magnífica, possível de apreciar de numerosos locais da região envolvente, dela também é possível uma panorâmica sobre uma vastíssima área circundante, o que lhe dá uma dimensão muito mais vasta do que exclusivamente as serras que a compõem.
Para além de tudo isto, a Arrábida encerra em sim um património histórico construído de grande relevância, bem como costumes e actividades que importa valorizar e preservar, da gastronomia, às práticas agrícolas, de pesca e de pastorícia, até a manifestações e festividades religiosas de cariz popular que são bem características desta zona. São tradições populares que passam de geração em geração e que criam um forte laço entre a cultura e as componentes sociais e naturais.
Pela relevância nacional de uma candidatura desta natureza, o PEV espera ver discutida a sua iniciativa no início da próxima sessão legislativa para que a Assembleia da República, como órgão de soberania, dê força a esta pretensão.

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