sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ecologistas apoiam Francisco Lopes


Um documento contendo o nome de várias centenas de ecologistas, apoiantes da candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República, foi entregue ao candidato, num animado acto público que teve lugar no passado dia 15 de Dezembro de 2010 na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, em Lisboa.

Ao realizar este acto público na Sociedade Guilherme Cossoul, uma das mais antigas e prestigiadas sociedades de instrução de Lisboa, pretendeu-se chamar a atenção para a importância da cultura portuguesa e da produção artística e literária nacional e a necessidade absoluta de a promover e apoiar.

A Sociedade foi fundada em 1885 por amadores de música e admiradores de Guilherme Cossoul, um compositor e violoncelista português do século XIX que fundou os bombeiros voluntários em Portugal. Alfabetizou cidadãos, ensinou ofícios, formou campeões desportivos, músicos, actores, encenadores e dramaturgos, e foi e continua a ser um alfobre de novos talentos, de Raul Solnado a Pêpê Rapazote.

Na sala cheia de militantes e simpatizantes ecologistas, intervieram a deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" Heloísa Apolónia e o candidato Francisco Lopes, sobre as essenciais questões das medidas tomadas pelo Governo, com o apoio do actual presidente da República, que têm afectado os rumos do país e da necessária mudança.

Houve ainda tempo para uma uma ginjinha de honra, que veio relembrar que uma das questões que têm marcado a agenda ecologista tem sido a do “Produzir local, Consumir local”, como forma fundamental para dinamizar a economia do país e combater a crise.

“Francisco Lopes é o único candidato comprometido com uma mudança”

Heloísa Apolónia abriu a sua intervenção, salientando que os nomes reunidos no documento de apoio a Francisco Lopes, “não são nomes exclusivamente de militantes do PEV, são simpatizantes e activistas da causa ecologista, muitos não militantes de nenhum partido, mas são pessoas que estão no terreno pela causa ecologista, são pessoas preocupadas com os níveis de pobreza, são pessoas preocupadas com a delapidação do património natural, são pessoas preocupadas com a degradação da qualidade de vida e são pessoas que, com a sua acção, com o seu contributo constroem e conquistam lutas por uma vida melhor”.

“E nós fazemos esta iniciativa não num dia qualquer, aliás, pelos vistos nos dias que correm todos os dias se tornam um dia não-qualquer”, avançou ainda a deputada ecologista, recordando que: “Hoje, em Conselho de Ministros, foi aprovado um conjunto de medidas muito gravosas para a generalidade dos cidadãos portugueses, designadamente, face àquele que é talvez o maior problema social dos dias que correm, o desemprego.”

“O Governo está a dar absolutas e verdadeiras bofetadas constantes aos trabalhadores portugueses e a gerar fossos sociais absolutamente gravosos”, criticou, acrescentando ainda: “O que é que faz o actual presidente da República perante esta situação? Oferece a sua mão para lançar mais bofetadas”.

Nessa perspectiva, e considerando que "Os Verdes" avaliam que é preciso inverter a lógica reinante, Heloísa Apolónia valorizou a candidatura de Francisco Lopes: “O que o Partido Ecologista "Os Verdes" quer dizer também em relação à candidatura de Francisco Lopes é o seguinte: Francisco Lopes é o único candidato comprometido com uma mudança para este país, sem pedras no sapato. É o único candidato, por outro lado, que não está comprometido com as actuais políticas que se prosseguem em Portugal.”

Analisando as restantes principais candidaturas, a deputada ecologista relembrou que “Cavaco Silva é um contribuinte directo desta situação”, que “Manuel Alegre é aquele que não apoia nem deixa de apoiar, é em função das circunstâncias” e que “elogiou, em todos os órgãos de comunicação social, a determinação de José Sócrates”, enquanto Fernando Nobre “acha que o Orçamento de Estado para 2011 é o orçamento possível, demonstra nitidamente o seu conformismo relativamente a toda esta situação e a sua incapacidade de gerar mudança.”

Contrapondo ainda a defesa da mobilidade sustentável da candidatura de Francisco Lopes à posição de outras candidaturas, Heloísa Apolónia recordou que “Cavaco Silva foi aquele que começou a degradação da rede ferroviária convencional em Portugal, foi com ele que se iniciaram os grandes encerramentos das nossas linhas”, que “Manuel Alegre votou na Assembleia da República contra a proposta do Partido Ecologista "Os Verdes" de classificação da linha do Tua” e “Fernando Nobre não se pronunciou”.

Heloísa Apolónia destacou ainda, sobre a candidatura de Francisco Lopes, o seu apelo “ao máximo pela dinamização da produção nacional” e o modo como “ao longo do seu percurso sempre lutou contra a gestão privada da água”.

“É hoje uma emergência promover uma ruptura, uma mudança”.

A intervenção do candidato Francisco Lopes veio afirmar a necessidade de uma ruptura, no sentido de mudança, avançando duas orientações estratégicas face ao comprometimento actual da soberania nacional, e assim dos portugueses decidirem do seu destino, e da realidade de que o poder que define os caminhos do país é cada vez mais o poder económico. A defesa da produção nacional, com valorização dos recursos, e a distribuição justa de riqueza.

“Os grandes grupos económicos, os grandes grupos monopolistas, das mais diversas áreas, da banca, da energia, das telecomunicações, das vias de comunicação, das grandes cadeias de distribuição, com mais um ou outro sector, é este o naipe do poder económico, muitíssimo reduzido, que em fusão com o poder político, os seus representantes no poder político, dominam o poder político, na prática são eles que decidem”, salientou o candidato.

“Arrastaram-nos por isso para uma quebra e um afundamento da produção nacional, designadamente nas áreas de auto-abastecimento no plano alimentar, como não era imaginável que se pudesse verificar”, destacou Francisco Lopes, criticando o modo como estamos a ser arrastados para “uma situação em que novas medidas que tomam cada vez empurram o país para maior dependência, para menos produção, para menos emprego, para mais desemprego”.
Medidas que, avaliou o candidato “têm vindo, como muitas vezes se refere, a fechar o país por partes”, por razões exclusivamente economicistas.

“Primeiro foi a desertificação, que resultou da própria liquidação da produção, particularmente dos sectores agrícolas, da pecuária, da floresta, que são no mundo rural, como vocês bem sabem, um elemento essencial de fixação das populações” sintetizou Francisco Lopes. Mas passada uma fase, avançou o candidato, “ temos agora uma nova geração de medidas que, ao longo destes últimos anos, desta primeira década do século XXI, particularmente , centrada nos serviços públicos, tem vindo a encerrar parcelas cada vez mais importantes do nosso país”.

Neste âmbito do encerramento dos serviços públicos, o candidato referiu os casos preocupantes ao nível da saúde, e da educação e, também, da mobilidade, criticando “ a aposta clara no encerramento das linhas ferroviárias que são vias essenciais ligadas a um projecto de densificação da ocupação do território e da manutenção de um povoamento e da ocupação que hoje existe.”

“É hoje uma emergência promover uma ruptura, uma mudança”, defendeu Francisco Lopes. “Não bastam pequenas alterações, é necessária uma alteração de fundo, um rumo diferente que permita apostar numa ideia central que é o desenvolvimento do país, a produção nacional, a valorização dos recursos que temos e a protecção dos recursos que temos, um desenvolvimento integrado do país, para criar emprego, para permitir que Portugal seja mais soberano nesta matéria”, avançou o candidato.

“E, ao mesmo tempo, impõe-se uma outra componente, que a riqueza que é criada ser distribuída com mais justiça, não ser apropriada por um núcleo reduzido de grupos económicos que, enquanto o país definha, enquanto o povo português empobrece, não param de aumentar os seus lucros de uma forma colossal, não cumprindo sequer o compromisso que deviam assumir de pagamento dos impostos, nem isso sequer o fazem na proporção devida, ou de todo não o fazem, como aconteceu com a questão dos dividendos”, rematou.

“Este é o sentido essencial desta candidatura”, concluiu Francisco Lopes.

1 comentário:

  1. Belo artigo ;-) Falta só a assinatura e a fonte: http://www.osverdes.pt/contactov.asp?edt=97

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