quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

AINDA HÁ TEMPO PARA RENEGOCIAR A DÍVIDA PÚBLICA, por Jorge Manuel Taylor (Dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes”)


Renegociar a dívida não é fugir ao seu pagamento, não significa não cumprir. Renegociar os prazos, os montantes e os juros da dívida pública é a única forma de tornar possível o efectivo cumprimento dos compromissos que o País assumiu.
 
Mais uma vez o Governo tentou Governar fora do quadro Constitucionalmente estabelecido. Desta vez o governo tentou violar a Lei Fundamental do país a propósito dos cortes nas pensões da Caixa Geral de Aposentações. Como forma de “compensar” esse chumbo, no dia 02.01.2014, o Ministro Marques Guedes anunciou:
 
• O Alargamento da actual CES – Contribuição Extraordinária de Solidariedade (taxa sobre todas as pensões).
• O Aumento da contribuição dos funcionários públicos para a ADSE.
Numa altura em que a precaridade não pára de crescer, o número de pessoas no limiar da pobreza ultrapassam cerca de 2,5 milhões de portugueses, o Governo PSD/CDS, em vez de aplicar impostos sobre os grandes grupos económicos e sobre os mais ricos, mais uma vez são os “Funcionários Públicos, os Pensionistas/Reformados e as Pequenas e Médias Empresas”, que pagam a crise.
 
Mais uma vez o Governo, com as novas medidas de “recalibrar” quer voltar a chamar os mesmos ao sacrifício, retirando dos bolsos de quem já não tem mais para dar e que não tem qualquer responsabilidade na crise que está instalada.
 
É INJUSTO.
 
Numa altura em que a precaridade não pára de crescer é fundamental que o Governo proponha um verdadeiro Plano B e não um Plano AA.
 
Um Verdadeiro Plano que,
• Não carregue ainda mais sobre os do costume, os que TRABALHAM e os REFORMADOS.
• Que “convoque” os rendimentos do capital para contribuírem na resposta à crise, que até à presente data, têm sido poupados, e como tal, passado ao lado dos sacrifícios.
 
É ESSENCIAL.
 
É preciso que o Governo comece definitivamente a agravar, a título exemplificativo, os impostos sobre as mais-valias e os dividendos (lucros) dos grandes grupos económicos e das grandes empresas.
 
É preciso que o Governo coloque a banca a pagar uma taxa efectiva de IRC igual a que pagam as Micro, Pequenas e Médias Empresas. Não se compreende como o mesmo Governo que está constantemente a “roubar” as reformas das pessoas que descontaram uma vida, é o mesmo Governo que ainda agora, com o apoio do Partido Socialista, baixou a taxa de IRC (Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas, o que equivale ao IRS das Pessoas Singulares) das grandes empresas. Uma redução de dois pontos percentuais que vai permitir às grandes empresas deixar de pagar milhões e milhões de euros ao Estado.
 
É preciso Renegociar a Dívida. A única forma de pagar este “encargo” é proceder à sua renegociação.
Renegociar a dívida não é fugir ao seu pagamento, não significa não cumprir. Renegociar os prazos, os montantes e os juros da dívida pública é a única forma de tornar possível o efectivo cumprimento dos compromissos que o País assumiu. O não renegociar, esta teimosia do Governo e dos Partidos da maioria, traduz-se nos pesadíssimos sacrifícios que os Portugueses estão a suportar, afinal para nada.
 
O pior cego é aquele que não quer ver, que quanto mais aumentam os sacrifícios dos portugueses, mais aumenta a dívida.
É ISTO QUE MAIS DÓI À MAIORIA DOS PORTUGUESES, FAZER SACRIFÍCIOS ATRÁS DE SACRIFÍCIOS E NA LANTERNA DOS “DESESPERADOS”, NINGUÉM CONSEGUE VER A TAL LUZ NO FUNDO DO TÚNEL, OS TAIS “SINAIS POSITIVOS” QUE SÓ O GOVERNO DIZ QUE ESTÁ A VER.
 
O certo é que os portugueses continuam a empobrecer e a dívida a aumentar.
O certo é que não há nenhum povo que consiga pagar uma dívida sem produzir. Um povo que não produz como pode criar riqueza? E se não cria riqueza como pode pagar a divida? Simplesmente não consegue pagar.
 
É preciso colocar o País a produzir. Para isso é necessário investimento público de qualidade. Objecta o Governo que não há dinheiro para o investimento. Ora, não há dinheiro porque o que há é para pagar os juros da dívida, então só há um caminho, renegociar a divida, para conseguirmos alguma folga que nos permita investir e dessa forma produzir riqueza e criar assim as condições para pagar a divida. Logo o plano B terá de passar por RENEGOCIAR A DIVIDA.
 
É PRECISO.
artigo de opinião do Dirigente do PEV, Jorge Manuel Taylor publicado no Jornal Rostos

Sem comentários:

Enviar um comentário